segunda-feira, 20 de agosto de 2012





JOÃO E MARIA 



 Chico Buarque (Brazil) - 1977





 Agora eu era o herói

 E o meu cavalo só falava inglês

A noiva do cowboy

 Era você

 Além das outras três

 Eu enfrentava os batalhões

 Os alemães e seus canhões

 Guardava o meu bodoque

 E ensaiava o rock

 Para as matinês



Agora eu era o rei

 Era o bedel e era também juiz

 E pela minha lei

 A gente era obrigada a ser feliz

 E você era a princesa

 Que eu fiz coroar

 E era tão linda de se admirar

 Que andava nua pelo meu país



Não, não fuja não

 Finja que agora eu era o seu brinquedo

 Eu era o seu pião

 O seu bicho preferido

 Sim, me dê a mão

 A gente agora já não tinha medo

 No tempo da maldade

 Acho que a gente nem tinha nascido



Agora era fatal

 Que o faz-de-conta terminasse assim

 Pra lá desse quintal




Era uma noite que não tem mais fim

 Pois você sumiu no mundo

 Sem me avisar

 E agora eu era um louco a perguntar

 O que é que a vida vai fazer de mim



O verbo no pretérito imperfeito segundo as gramáticas tradicionais é empregado para “evocar a noção de continuidade, de processos que aconteciam no passado de maneira habitual ou constante; reportar circunstâncias e o ambiente em que se desenrolavam as ações no momento em que se situa a narrativa.

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